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Segunda-feira, 14 de Maio de 2007

...Continuação 
 
HORMONAS REGULADORAS DA LIBERTAÇÃO DE HORMONAS HIPOFISÁRIAS
 
Hormonas estimulantes:
 
·      Tiroliberina_ (TRH);
·      Corticoliberina_ (CRH);
·      Gonodoliberina_ (GnRH);
·      Prolactoliberina_ (PRH);
·      Somatosliberina_ (SRH ou GHRH);
·      Melanoliberina_ (MRH).
 
Tiroliberina- é a hormona hipotalâmica responsável pela libertação da tirotropina hipofisária que estimula a produção de hormonas troideias pela glândula tiróide.
Corticoliberina- induz a libertação da hormona hipofisária, adeno-corticotropina que estimula o córtex supra-renal. A hormona adeno-corticotropina controla a segregação de hormonas esteroides pelas mesmas.
Gonodoliberina- é uma hormona hipotalâmica a que cabe como principal função induzir a produção e a libertação das hormonas hipofisárias de estimulação folicular (FSH) e a luteinizante (LH). Estas duas hormonas colaboram no controlo dos órgãos sexuais.
Prolactoliberina- é uma hormona hipotalâmica que estimula a produção de prolactina. Esta hormona prepara os seios para a produção de leite durante a gravidez e o aleitamento.
Somatosliberina- é uma hormona que provoca a libertação do crescimento (somatotrofina). A hormona do crescimento permite o crescimento geral do corpo, mantendo o volume dos músculos.
Melanoliberina- admite-se a existência de uma hormona hipotalâmica, melanoliberina capaz de induzir a libertação de melanotropina pela hipófise. A hormona estimuladora dos melanócitos (HEM) promove a produção de melanina (pigmento da pele).
 
Hormonas inibidoras:
 
·      Prolactostatina_ (PIH);
·      Somatostatina_ (SRIH ou GHRIH);
·      Melanostatina_ (MIH).
 
Prolactostatina- tem como função inibir a secreção de prolactina.
Somatostatina- pensa-se que a secreção da hormona estimuladora dos melanócitos (melanotropina) é inibida pela hormona hipotalâmica melanostatina.
 
 
MECANISMOS DE FEEDBACK 
      Há mecanismos de feedback entre uma glândula destinatária, o hipotálamo e a hipófise com a finalidade de assegurar o controlo da produção hormonal.
      Existem hormonas como o caso de tireoliberina, adrenocorticotrópica e as duas gonodoliberinas, que controlam as funções da tiróide, córtex supra-renal, ovários e testículos e, as hormonas dos órgãos alvo exercem controle em feedback sobre a secreção dessas hormonas hipofisárias. Sugeriu-se que a ausência de feedback para as hormonas dos órgãos alvo poderia explicar o duplo sistema (um estimulador e outro inibidor) da regulação hipotalâmica de prolactina, da secreção da hormona de crescimento, da secreção da hormona estimulante do melanócito.
      Como exemplo, do mecanismo de feedback, temos a regulação da segregação da hormona tiróide que funciona do seguinte modo:
 
1. A tiroliberina estimula a glândula pituitária a libertar a hormona estimuladora da tiróide , a qual vai estimular a glândula tiróide.
2. Se o nível da hormona tiroideia subir muito, os mecanismos de feedback estimulam o hipotálamo a reduzir a produção da tiroliberina. A segregação da hormona estimuladora da tiróide e da hormona tiroideia desce, o que trás o nível hormonal de volta à normalidade.
3. Se os níveis de hormona tiroideia diminuírem, o feedback diminui e o hipotálamo aumenta a produção da tiroliberina. Este factor estimula a produção da hormona estimuladora da tiróide e da hormona tiroideia, cuja produção regressa ao normal. 
 
O HIPOTÁLAMO NA SEXUALIDADE 
      O hipotálamo, localizado no cérebro directamente acima da hipófise, é conhecido por exercer controle sobre a mesma por meio de conexões neurais e substâncias semelhantes a hormónios chamados factores desencadeadores (ou de liberação), o meio pelo qual o sistema nervoso controla o comportamento sexual via sistema endócrino. O comportamento sexual é influenciado pelo hipotálamo. Ele estimula a glândula pituitária para que esta liberte os hormónios sexuais. Quando o nível destes hormónios cai, cai também o desejo sexual. O hipotálamo secreta o factor de liberação apropriado no sangue, que alcança a pituitária e a estimula a secretar o hormónios gonadotrófico. Na mulher a glândula alvo do hormónio gonadotrófico é o ovário. O ovário tem duas funções, sendo a primeira de produzir óvulos e a outra de secretar hormónios (estrógeno e progesterona). Os hormónios ovarianos fazem loops de retroalimentação para a hipófise e desenvolvem características sexuais que distinguem homens e mulheres. No homem, a glândula alvo do hormónio gonadotrófico é o testículo. Tal como o ovário, o testículo tem um papel duplo: produção de esperma e de hormónio. Andrógenos (testosterona) são os hormónios liberados pelos testículos hormonas pituitárias estimulam a produção de hormónios testiculares que, por sua vez, regulam a produção de hormónio pituitário por feedback.
 
 
Controle hormonal da maturação sexual
 
Papel do hipotálamo e da hipófise anterior na puberdade 
      As gônadas e as estruturas sexuais acessórias crescem lentamente, não produzem gâmetas e secretam muito pouco hormónio esteróide durante os dez a doze anos entre a infância e o inicio da maturação sexual, ou puberdade. O primeiro evento detectável da puberdade é o aumento da secreção das gonadotropinas hormónio luteinizante (LH) e hormónio folículo-estimulante (FSH) pela hipófise anterior. Esses hormónios foram designados pelos seus efeitos nas mulheres, mas também estão envolvidos no controle da reprodução nos homens.
      A secreção dos hormónios da hipófise anterior é regulada pela secreção, pelo hipotálamo, de hormónios liberadores e hormónios inibidores da liberação. As secreções de LH e FSH são consideradas como sendo controladas por um só hormónio liberador de gonadotropinas (GnRH). O efeito da gonadotropina é o de estimular o crescimento das gônodas até ao seu tamanho adulto, estimular a gametogênese e desencadear a secreção dos esteróides sexuais. A secreção dos esteróides gonádicos desencadeia alterações específicas de cada sexo no crescimento corporal e no desenvolvimento das características sexuais secundárias, as características corporais específicas que se desenvolvem após a puberdade. Nas mulheres, a liberação de gonadotropinas ocorre numa base cíclica, impulsionando o ciclo reprodutivo feminino ou ciclo menstrual. Nos homens, a liberação média é relativamente constante por períodos de até alguns dias, mas há alguns pulsos de liberação de gonadotropinas durante cada dia.
 
 
INFLUÊNCIA DO HIPOTÁLAMO SOBRE O SISTEMA IMUNITÁRIO 
      As vias existentes entre a glândula renal e o hipotálamo afectam as reacções imunológicas, seja por reacções fisiológicas seja por estímulos celulares, através de receptores específicos, o que faz com que o aumento a concentração de hormonas libertadas pela supra renal (adrenalina e norodrenalina) em graus elevados iniba as respostas de anticorpos.
       Após experiências realizadas com ratos em que o hipotálamo dorsal tinha sido destruído, constatou-se que houve uma supressão da resposta dos anticorpos, concluiu-se, então, que o hipotálamo seria uma espécie de base de integração entre o Sistema Nervoso e o sistema imunológico na resposta às emoções.
      Algumas emoções podem levar a uma perda da homeostase, o que leva a que o Sistema imunitário fique mais anémico, o que implica uma maior predisposição a outras doenças.
      Todas estas hipóteses levaram Cannon a determinar que o hipotálamo interfere na regulação do comportamento emocional.
 
 
INFLUÊNCIA DO HIPOTÁLAMO SOBRE O SISTEMA ENDÓCRINO
      O controlo do sistema endócrino por parte do hipotálamo pode ser feito directa ou indirectamente:
 
DIRECTAMENTE:
    Através da secreção de produtos neuroendócrinos para dentro da circulação geral a partir da porção posterior da glândula da hipófise.
 
INDIRECTAMENTE:
    Através da secreção das hormonas reguladoras (hormonas de libertação ou de inibição), dentro do plexo portal local, que drena para dentro dos vasos sanguíneos da hipófise anterior.
    A neurossecreção convertem as informações eléctricas em informações hormonais, sendo que estes neurónios só libertam as hormonas quando são estimulados.
 
 
REGULAÇÃO HIPÓFISE-HIPOTÁLAMO 
O hipotálamo e a hipófise estão em contacto directo com o cérebro através dos nervos e dos vasos sanguíneos, estabelecendo uma estreita ligação.
         Apenas na década de 40 se descobriu que o hipotálamo era o responsável pela síntese e segregação de hormonas que controlam a secreção das hormonas da adeno-hipófise, em que estas vão activar a secreção de outras seis hormonas (tirotropina, adenocorticotropina, prolactina, somatotrofina, hormona luteinizante, hormona estimuladora dos folículos)através da região anterior da hipófise.
      Na região posterior da hipófise encontram-se conjuntos de terminações nervosas com início no hipotálamo, segregando mais três hormonas adicionais (melantropina, hormona anti-diurética e ocitocina), hormonas estão que são transportadas para a adeno-hipófise.
         A hipófise liga-se ao hipotálamo por uma haste em que, adjacente a esta, se originam os vasos portais, mais propriamente nos capilares de eminência média do hipotálamo.
         As células neurossecretoras especializadas em várias partes do hipotálamo sintetizam hormonas hipotalámicas, as suas terminações nervosas tem término também nos capilares de eminência média, sendo as hormonas aí libertadas absorvidas por esses capilares e transportadas para a hipófise anterior onde estimulam ou inibem a libertação das hormonas dessa glândula. Os corpos celulares dos neurónios que segregam ou inibem estas hormonas estão principalmente localizados nos núcleos basais mediais do hipotálamo, especificamente na zona periventricular, no núcleo arqueado e em parte, no núcleo ventromedial.
 
 
REGULAÇÃO HIPOTALÂMICA 
      Hipotálamo é a parte do diencéfalo relacionada ao controlo de funções viscerais, endócrinas e autónomas, e com o comportamento afectivo.
       Através de evidências clinicas e experimentais, demonstrou-se que o Hipotálamo se relaciona com todas as funções e actividades viscerais.
      O Hipotálamo é o principal centro subcortical de regulação de actividade simpática e parassimpática, exerce actividade sobre a regulação do sono, do metabolismo de açúcares e gorduras, regula a temperatura corporal e o balanço hídrico. Alem disto, funções complexas como as emoções e reacções afectivas estão sob controlo do Hipotálamo e suas conexões com o sistema límbico. Estes controles são contínuos durante toda a vida do indivíduo e fundamentais para a sobrevivência.
      Cada resposta hipotalâmica é gerada a partir de um estímulo específico, desencadeando o padrão “estímulo-integração-resposta” que caracteriza a função hipotalâmica.
 
Controle simpático/parassimpático:                                         
      As regiões anteriores e medial do hipotalamo regulam a função parassimpática. O estímulo destas áreas hipotalâmicas determinam o aumento das respostas vagais e sacrais, vasodilatação periférica, aumento do tónus e da motilidade vesical e do tracto digestivo.
       As regiões laterais e posteriores do hipotálamo regulam a função simpática. Quando estas áreas do hipotálamo são estimuladas, observam-se as respostas de combate ou fuga típicas da reacção simpática: piloerecção, taquicardia, vasoconstricção, sudorese, dilatação pupilar, aumento da pressão sanguínea e da frequência respiratória, e inibição dos movimentos peristálticos viscerais.
 
 
Regulação dos mecanismos da emoção:
      O hipotálamo esta envolvido na expressão da raiva, temor, aversão, comportamento sexual e prazer. Os padrões da expressão e do comportamento estão sujeitos a influências do sistema límbico, e em parte, a alterações da função do sistema visceral.
     Especificamente, as partes laterais do hipotálamo, parecem envolvidas com o prazer e a raiva, enquanto a porção mediana parece mais ligada à aversão, ao desprazer e à tendência ao riso (gargalhada) incontrolável.
 
Regulação do mecanismo do sono-vigília: 
      Não se conhece o mecanismo que o hipotálamo possui para regular o mecanismo do sono-vigília, no entanto, supõe-se que actua através do sistema reticular talâmico (parece que os mecanismos do sono estariam a nível do hipotálamo anterior, mas os mecanismos de vigília estariam a nível do hipotálamo posterior).
     Pensa-se que o sistema reticular activador é responsável pela excitação e manutenção do estado de vigília. Os estímulos visuais e acústicos e a actividade mental podem estimular o sistema reticular de modo a manter o alerta e a atenção. Estímulos como a campainha de um despertador, luzes fortes e súbitas podem despertar a consciência. Pelo contrário, a supressão de estímulos visuais ou auditivos pode levar ao adormecimento ou ao sono.
      Apesar de não existir um centro de vigília hipotalamico próprio, podem ocorrer lesões a nível do hipotálamo posterior que danificam as projecções aferentes do SRA (substância reticular activadora), levando ao coma.
 
Regulação cardiovascular: 
      Em geral, a estimulação do hipotálamo posterior ou lateral aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca, enquanto que a estimulação da área pré-óptica produz efeitos opostos, como diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial. Esses efeitos são mediados, na maior parte, pelos centros de controlo cardiovascular nas regiões reticulares da ponte e do bolbo.
      O controlo autónomo do ritmo cardíaco e do fluxo sanguíneo está constantemente em acção, regulando minuto a minuto as variações na pressão sanguínea. Na artéria aorta e nas artérias carótidas, que se dirigem para o cérebro, encontram-se uma série de receptores de tensão conhecidos como barorreceptores. Estes receptores enviam mensagem para o centro autónomo na base do cérebro, informando há cerca do grau de tensão das artérias. Quando a tensão não é muito elevada a pressão sanguínea é baixa. Assim, a base do cérebro envia uma mensagem para aumentar o ritmo cardíaco e restringir o fluxo de sangue para os órgãos viscerais até que se restabeleça a pressão sanguínea normal. Por exemplo, o problema imediato que se levanta perante uma hemorragia é uma rápida queda de pressão sanguínea. Devido a uma estimulação reflexa simpática ocasionada pelos barorreceptores, o paciente sente-se frio e torna-se extremamente pálido. Flui muito pouco sangue para a pele e, proporcionalmente, torna-se disponível uma maior quantidade de sangue para os órgãos vitais, como o coração e o cérebro.
      Quando a pressão sanguínea é alta, há maior pressão nas artérias, e os barorreceptores estimulam, reflexivamente, o nervo vago para que diminua o ritmo cardíaco, enquanto que a estimulação simpática dilata algumas veias e diminui a resistência à passagem de sangue.
      Embora não tenham sido identificados centros anatomicamente distintos, as áreas posterolateral e dorsomedial do hipotálamo funcionam como região activadora simpática, enquanto uma área anterior funciona como região activadora parassimpatica.
       Há muitas funções viscerais que estão sob o controlo do sistema autónomo. Estas funções são estimuladas pelos nervos parassimpaticos, mas inibidas pelos nervos simpáticos, por exemplo, a secreção de bílis para a vesícula biliar, o fluxo urinário e o vazar da bexiga. A estimulação simpática tem também efeitos metabólicos que tendem a aumentar a quantidade de combustível disponível para obter energia. O fígado liberta a glucose armazenada para a circulação sanguínea, as gorduras armazenadas libertam ácidos gordos e os músculos esqueléticos metabolizam o seu próprio combustível, nomeadamente a partir de reservas de glicogénio. Finalmente, os nervos autónomos são os mediadores das respostas sexuais, quer masculinos, quer femininos. Por exemplo, a erecção é uma resposta parassimpatica e a ejaculação é uma resposta simpática.
 
 
Ritmo circadiano: 
      Muitas funções orgânicas (como níveis de corticosteroide, consumo de oxigénio) são influênciadas ciclicamente pelas alterações da intensidade luminosa que ocorrem por rítmo circadiano (dia a dia). A via retinossupraquiasmática reage a alterações da intensidade luminosa. O próprio núcleo supraquiasmático funciona como um relógio independente, com o período de cerca de 25 horas por ciclo; as lesões nesse núcleo produzem a perda de todos os ciclos circadianos.
 
 
REGULAÇÃO HORMONAL 
      O nível das hormonas deve ser mantido dentro de valores estabelecidos e muito bem definidos. Um factor responsável pelo controlo dos níveis e o controlo do feedback. Este controlo realiza-se do seguinte modo: uma glândula A é estimulada a produzir uma determinada hormona X, por sua vez esta hormona estimula o órgão B a aumentar ou diminuir a substância Y. A alteração da substância Y inibe a produção da hormona X.
      O mecanismo de controlo atrás descrito ilustra a regulação com feedback negativo da, por exemplo, hormona paratiroideia, da hormona antidiurética e da insulina.
      Um outro mecanismo de feedback controla o nível de outras hormonas, sendo que este mecanismo é mais complicado do que o anteriormente descrito. Este mecanismo é o responsável pela interacção do hipotálamo e da pituitária anterior com a tiroideia, o córtex supra-renal e as gónadas.
      Neste mecanismo, quando o nível de hormona produzida pela tiroideia, córtex supra-renal ou pelas gónadas é suficiente, a libertação de hormonas tróficas pela pituitária e a de hormona libertadora pelo hipotálamo é inibida por feedback negativo. Os níveis destas hormonas podem exercer um feedback negativo no hipotálamo. Por sua vez o hipotálamo para controlar o nível dessas hormonas, sintetiza e liberta hormonas inibidoras.
      Embora o controlo do feedback negativo seja uma característica evidente do sistema endócrino, nem todas as hormonas são por ele controladas. Exemplos disso são: o estrogénio nos indivíduos do sexo masculino, a testosterona nos do sexo feminino, as hormonas placentárias e as hormonas produzidas por tumores etópicos não estão sob controlo do feedback.
      Um outro factor que regula os níveis hormonais é a ritmicidade intrínseca. Estes ritmos são muito variáveis e podem variar em minutos, dias ou até semanas. Os ritmos intrínsecos são controlados por diversos factores tais como: factores ambientais, a idade, o crescimento, o desenvolvimento, factores neurogénicos, a dor, traumatismos e stress. Estes factores podem exceder os mecanismos normais de feedback ou a ritmicidade intrínseca, e elevar a secreção acima de níveis considerados normais.
      A regulação hormonal é afectada pela eliminação ou inactivação metabólica, sendo o fígado e os rins os principais responsáveis por este facto.
      Assim, os níveis hormonais são controlados por mecanismos múltiplos. A compreensão destes mecanismos ajuda a clarificar o fundamento lógico dos vários tipos de provas do diagnóstico, usadas na apreciação das situações patológicas do sistema endócrino.
 
 
Regulação hormonal masculina
 
Existe uma relação entre o comportamento sexual, o hipotálamo e as hormonas sexuais, quer nos outros nos seres humanos, quer nos outros animais. A importância do hipotálamo no comportamento sexual tem sido largamente demonstrada. A estimulação de determinadas zonas do hipotálamo desperta, entre outras respostas, o impulso sexual. Existem ainda células que influenciam o comportamento sexual, tendo em conta o nível de hormonas sexuais nos sangue.
      A actividade sexual do homem é essencialmente regulada através da interacção de dois tipos de dois tipos de hormonas: as hormonas masculinas ou androgénios, produzidas pelos testículos, e as hormonas produzidas ao nível do complexo hipotálamo-hipofisário. Entre as hormonas masculinas, salienta-se a testosterona, segregada pelas células de Leydig ou células intersticiais. O hipotálamo produz neuro-hormonas, as GnRH (Gonadotropic-Realeasing Hormone), que estimulam a produção das hormonas hipofisárias: a FSH (Follicle Stimulation Hormone) e a LH (Luteinizing Hormone) também designada por ICSH (Intersticial Cell Stimulation Hormone).
      A hipófise é uma importante glândula endócrina, situada na base do encéfalo, que está ligada por um pedúnculo ao hipotálamo, zona do encéfalo que controla a sua actividade.
      Sabe-se actualmente que as células neuro-secretoras do hipotálamo libertam, na extremidade de alguns dos seus neurónios, neuro-hormonas, as GnRH que actuam sobre células da hipófise anterior, que, por sua vez, vão segregar as hormonas hipofisárias FSH e LH. Estas duas hormonas estimulam o funcionamento das glândulas sexuais ou gónadas, razão pela qual são designadas por gonadoestimulinas ou gonadotrofinas.
Enquanto a FSH tem como alvo as células de Sertoli dos tubos seminíferos, estimulando directamente a produção de espermatozoídes, a LH tem como alvo as células intersticiais do testículo ou células de Leydig, que respondem a este estímulo produzindo testosterona.
      A produção de testosterona é controlada por um mecanismo de feedback negativo sobre a hipófise. Deste modo, quando por estímulo da LH aumenta na corrente sanguíneo o teor de testosterona, verifica-se que, a partir de determinado valor, a hipófise responde diminuindo a sua produção de LH, o que implica uma descida na concentração de testosterona; quando esta atinge um valor mínimo novo feedback negativo vai obrigar a hipófise a produzir mais LH e consequentemente as células intersticiais a segregar mais testosterona.
      Como já foi dito, a FSH actua sobre as células de Sertoli, que se situam na parede dos tubos seminíferos, estimulando a produção de espermatozoídes. Por sua vez, as células de Sertoli produzem uma hormona, a inibina, capaz de inibir por um mecanismo de retroacção negativa idêntico ao anterior, a produção de FSH.
      Assim, o aumento da concentração de FSH estimula as células de Sertoli a aumentar a produção de inibina, obrigando este aumento da concentração de inibina à diminuição da produção de FSH.
      Segundo alguns cientistas, a testosterona actua sobre o hipotálamo, interferindo na produção de GnRH, hormona que, comandando a hipófise, irá interferir na produção de LH e FSH.
 
Regulação hormonal feminina
Estudos realizados em mamíferos, ou mesmo observações realizadas em mulheres, permitiram compreender que as interrelações ovário/útero ocorrem por via sanguínea, o que sugere uma intervenção hormonal.
      Outras investigações de natureza semelhante revelaram que existe igualmente uma interacção entre o ovário e o complexo hipotálamo-hipofisário, que se controlam reciprocamente através da produção de hormonas. Assim, o ciclo sexual feminino é controlado por duas hormonas hipofisárias (FSH e LH) e duas hormonas ováricas (o estrogénio e a progesterona). O ovário desempenha neste ciclo uma dupla função: produzir os gâmetas femininos e segregar as hormonas que, além de comandarem o ciclo uterino, fazem feedback entre o complexo hipotálamo-hipofisário regulando, assim, a produção de hormonas hipofisárias.
      Um ciclo ovárico inicia-se com a produção de GnRH pelo hipotálamo que, assim, estimula a produção de FSH e LH pela hipófise. Na fase folicular, há um claro predomínio de FSH, que, como o nome indica, vai estimular o crescimento e desenvolvimento dos folículos ováricos. Estes, à medida que se desenvolvem, vão produzir estrogénios.
      Um último feedback negativo, devido a níveis muito baixos de hormonas ováricas, vai de novo estimular a produção de FSH e LH, iniciando-se um novo ciclo.
 
 
LESÕES DO HIPOTÁLAMO
      Alem das funções vegetativas e endócrinas do Hipotálamo, a estimulação ou a lesão do Hipotálamo tem muitas vezes efeitos muito intensos sobre o comportamento emocional humano.
      A estimulação do núcleo ventromedial e das áreas circundantes provoca em grande parte efeitos opostos aos da estimulação da área hipotalámica lateral, isto é, sentimento de saciedade, com redução da ingestão de alimento e tranquilidade. Estimulação da zona delgada do núcleo periventricular, localizado imediatamente adjacente ao terceiro ventrículo, e também da substância cinzenta central do mesencéfalo, que é continua a essa parte do Hipotálamo, leva em geral ao medo e a reacções a punição.
      A função sexual pode ser provocada pela estimulação de diversas áreas do Hipotálamo, em especial das mais anteriores e posteriores. Lesões no Hipotálamo causam, em geral, efeitos opostos. Por exemplo, lesões bilaterais do Hipotálamo lateral diminuem, quase a zero, a ingestão de água e alimento, levando muitas vezes à desnutrição, que pode conduzir até à morte. Lesões bilaterais das áreas ventromediais do Hipotálamo produzem efeitos que, na sua maioria, são opostos aos decorrentes das lesões do Hipotálamo lateral. A lesão de outras áreas do sistema límbico, em especial a amígdala, área septal e áreas do mesencéfalo causam muitas vezes efeitos semelhantes aos acima mencionados para o Hipotálamo.
 
 
 
Bibliografia
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publicado por 100STRESS às 10:01

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SFA a 4 de Outubro de 2014 às 17:07



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